Eu lembro do Odyssey... Humm. Chutlhu says... Baka Shinji Oh my... Enigmas do macaco se7e




sábado, dezembro 10, 2005
 
Baka Shinji

Logo após o breve momento de euforia semi-alucinógena causado por Innocence, que felizmente cumpriu com minhas expectativas & é o grande filme tipicamente Mamoru Oshii que eu esperava que fosse, mergulhei de cabeça no que agora domina minhas atenções até que o vigésimo sexto & último episódio seja devidamente assistido: Neon Genesis Evangelion.
Evangelion, anime que já tem uns dez anos (o primeiro episódio foi exibido no Japão em outubro de 1995), começa como uma típica série de robôs-gigantes-enfrentando-monstros-para-salvar-o-mundo, praticamente um gênero em si mesmo tanto na animação quantos nos filmes & seriados trash japoneses (exemplos: de Ultraman até os inúmeros seriados tipo Changeman...).
Um futuro próximo, uma ameaça misteriosa representada por enormes & hostis criaturas, uma organização secreta criada para salvar o mundo, um robô gigante pilotado por um adolescente...
Clichê, clichê, clichê, clichê...
Com a diferença de que, na verdade, os clichês logo são virados pelo avesso, nada é o que parece ser, & a narrativa da realidade objetiva & concreta é apenas uma desculpa para permitir que a verdadeira história, subjetiva & abstrata, seja contada. Ou seja, a história de um garoto solitário que não sabe como se relacionar com as pessoas.
&, no fim das contas, é sobre isso Evangelion: solidão & relacionamentos. & também alienação, fuga, auto-aceitação, vida, morte & (como escreveu Carl Gustav Horn em uma matéria) “a desesperada necessidade humana de ser amado”. I am human and I need to be loved / Just like everybody else does, como canta o Morrissey. Aliás, praticamente toda a letra de “How Soon Is Now” cai como uma luva (hand in glove...) na temática de Evangelion. & se já não fosse o título de um (excelente) filme, Amor & Restos Humanos seria um subtítulo perfeito para Evangelion, em vários sentidos.
Nos primeiros episódios (enquanto escrevo isso já assisti até o décimo sexto) as coisas são mais leves & parece que há esperança: que Shinji, o introvertido & problemático protagonista, vai conseguir superar o seu “dilema do ouriço” (medo de se aproximar dos outros pois tal aproximação inevitavelmente lhe causará sofrimento) & encontrará alguma razão para viver, abandonando sua postura niilista, conformista & potencialmente suicida.
Mas então toda esperança é estraçalhada quando tudo começa a dar muito errado. Horrivelmente errado. & é aí que Evangelion mostra uma tour de force psicológica até então inédita no seu meio.

*******

Leio sobre Evangelion desde 1996. As primeiras matérias que li foram na pioneira revista brasileira sobre anime, Animax, que durou uns 50 números durante os anos 90, & em uma edição da revista norte-americana sobre quadrinhos Wizard. Lembro que Evangelion foi tema de algumas das minhas primeiras buscas na internet, no fim dos anos 90, & quando eu comecei a comprar fitas de vídeo de fansubbers pelo correio, lá pelo começo de 2001, os dois longas-metragens para cinema do anime (Death & Rebirth, que resume a série de TV, & The End of Evangelion, que conclui a história) estavam entre as primeiras fitas adquiridas. &, no final de 2001, quando a Conrad começou a publicar a versão em quadrinhos, lá estava eu. Ainda me lembro da tarde em que comprei o primeiro número, descendo a lomba de uma rua de Montenegro, onde morava, passando na frente da principal locadora de vídeo da cidade. Era um dia da semana, talvez uma terça, talvez uma quinta.
Mas antes dos longas & do mangá, eu tive meu primeiro contato com a série propriamente dita por volta de 2000, quando uma então colega de faculdade me emprestou uma fita que tinha os episódios 17 a 20 de Evangelion, que são alguns dos mais dramáticos & que me deixaram bem impressionado pela narrativa fragmentada, subjetiva & psicológica, pela selvageria das cenas de ação, pelo clima pesado dos relacionamentos entre os personagens, & pelas freqüentes, pertinentes & mesmo perturbadoras reflexões existenciais surrealistas de Shinji.
Era diferente de qualquer coisa que eu já tinha visto, seja em animação, filme ou o que quer que seja.

*******

Hoje verei novamente do episódio 17 até o 20 (justamente os que eu já conhecia), & então faltarão seis para concluir a série. Do 17 em diante é só desconstrução & destruição psicológica em larga escala.
Todos os personagens dando de cara com seus traumas, sem conseguir superá-los, muito pelo contrário...
& pobre, pobre Shinji.
Baka Shinji.

Marcadores:



Comentários:
Consegui baixar toda as série e os dosi filmes. Assisti só os dois primeiros episódios... Só não vou continuar assistindo porque estou bêbada de sono. Bom post esse, quase me fez voltar atrás e assistir o próximo episódio. =]
 
Hoje de noite vou assistir aos dois últimos e polêmicos episódios...
Só uma curiosidade: de qual fansubber é a tua versão? A que eu baixei é de um tal ANNBR, que cometeu alguns erros de português bem feios...
 
Postar um comentário

Espírito da Escada

Espírito da Escada

Warrenellis.com Thee Temple ov Psychick Blah Boing Boing: A Directory of Wonderful Things The Beat: The News Blog of Comics Culture Neil Gaiman's Journal PeterDavid.net devianART: mooncalfe Mericale, Scheheraz'Odd & Touchshriek, Inc. mick mercer's journal Warren Ellis
Cure News The Dresden Dolls Diary Monodia Maçã Mordida Fora da Geladeira Actea de repente repentes de serpente Space Derbi *bip*teconomia de Babel toda força que aciona prejudica


hq life... life... is a pigsty conexões ocultas



This page is powered by Blogger. Isn't yours?