The waiting game
Estou esperando que baixem os faltantes 1,4% de Kai Doh Maru, anime de visual peculiar que eu estava querendo assistir desde, humm, 2001. Não se trata de um arquivo particularmente grande, mas levei pelo menos uma semana nesse download. Um dos problemas intrínsecos dos torrents é a ocasional raridade de seeders... A história se passa no Japão feudal, & é sobre uma moça que cresceu disfarçada de garoto, por questões de intrigas familiares ou coisas do gênero. O atrativo aqui são as cores, completamente esmaecidas, & mais algumas técnicas (supostamente) experimentais. Mais uma ou duas horas de espera para fechar adequada & antecipadamente o meu dia.
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Dia 25 do mês que vem será exibido na televisão japonesa o primeiro episódio da mais interessante & promissora série de 2006, Ergo Proxy. A animação é pelos responsáveis por Samurai Champloo; a direção & o character design são por Shuko Murase, de Witch Hunter Robin. Tradução: precedentes impecáveis. Encontrei um trailer de três minutos há poucos dias, que além de cenas também traz alguns esboços de personagens & artes conceituais. Tudo muito impressionante. O tom é cyberpunk-gótico, os personagens têm visual mais realista, sem os famosos “olhos grandes” dos animes. A protagonista é obviamente baseada na cantora do Evanescence. A trama parece envolver engenharia genética, sociedades utópicas & nossa amiga a Ciência dando errado como sempre. Espero que assim que a série entre em exibição algum fansubber brasileiro se prontifique. Na verdade, creio que isso será inevitável. &, de certa forma, pareceu-me haver em Ergo Proxy alguma coisa meio reminiscente de Aeon Flux...
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...Aeon Flux deve chegar em poucas semanas às lojas & locadoras, na forma de um DVD triplo contendo as duas séries completas. A primeira consiste nos curtas de cerca de três minutos exibidos no saudoso Liquid Televison, finado programa de animação da MTV; a segunda é a série propriamente dita, com 10 episódios de 20 minutos. Adoro Aeon Flux. Vi quando passou na MTV, uma década atrás, & era algo único, fantástico & completamente insano. Os episódios curtos nunca tinham diálogo, & em todos eles a Aeon morria. Os longos giravam em torno de idéias estranhas & surreais, & tudo era sempre muito, muito estranho & surreal. Difícil de descrever. Sandice desenfreada. O que já não parece ser o caso do filme... Bem, ele serviu para alguma coisa, no final das contas. Também deve estrear logo, provavelmente em fevereiro, mas não sei se vou me animar a ir ver.
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Ver V de Vingança na melhor sala de cinema que eu encontrar é algo que pretendo fazer lá por abril. O filme, baseado na HQ homônima de Alan Moore & David Lloyd, vai estrear em março nos EUA, & no mês seguinte aqui. Quem já viu só tem dito coisas boas na internet, o que significa que pela primeira vez há boas chances de ter sido feita uma adaptação fiel dos quadrinhos de Moore, coisa que não pode ser dita de Do Inferno, Liga Extraordinária ou Constantine. Há quem descreveu o filme como um “coquetel molotov político”, & outro disse que é um dos filmes mais importantes dos últimos anos. O motivo para esse tipo de declaração bombástica tem a ver com o conteúdo assumidamente político da história: em uma Inglaterra fascista de um futuro próximo, uma pessoa se levanta para atacar o sistema. Conhecido apenas por uma letra, “V”, ele mata & explode alvos do governo. Uma ironia involuntária é que no filme até sobra para os metrôs de Londres (V de Vingança foi filmado antes do atentado de meses atrás, & possivelmente teve sua estréia adiada por causa do que aconteceu em Londres). Em outras palavras, V é praticamente um terrorista. & esse é o ponto polêmico: um terrorista como protagonista do filme, enfrentando um governo que usa de um discurso muito semelhante, se não igual, ao do atual governo norte-americano. Se o filme realmente for tudo o que alguns dizem ser, ele vai deixar muita gente puta da vida. Então, espero que ele seja.
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Seja amaldiçoada para todo o sempre a pessoa que inventou o maldito sistema de distribuição setorizada praticado nas bancas de revistas brasileiras, que faz com que algumas publicações primeiro sejam lançadas apenas no eixo Rio-São Paulo. Apenas depois de recolhidas as sobras, estas vão para o resto do país. O que faz com que eu tenha que esperar até meados de março para pôs as mãos em um exemplar de We3, celebrada HQ de Grant Morrison & Frank Quitely, publicada no país no mês passado. Basicamente, We3 é como aqueles filmes sobre animais de estimação que têm que atravessar o país para reencontrar a família. A diferença é que os três animais de We3 (um cachorro, uma gata & um coelho) são o resultado de experiências militares que os transformaram em mortíferas & cibernéticas armas de guerra. Meio Disney sim, mas com doses generosas de ultraviolência. Morrison & Quitely são minha dupla favorita dos quadrinhos atuais, & eles experimentaram bastante com narrativa em We3, com novos tipos de layout de páginas & coisas do gênero. Deve ser nada menos do que fantástico. Pelo menos é o que estou esperando.Marcadores: Baka Shinji
